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A saga da colonoscopia

Gente  eu fiz o Enema que é um teste para o inferno. Pensa num exame tenso! Começa uns três dias antes porque não pode comer quase nada. Daí no dia me colocaram em uma sala escura com uma televisão da Samara. O início já dizia tudo, ia ser tensão que nem no filme. Me colocaram em uma mesa gelada com uma borrachinha no orifício e colocaram uma máquina enorme em cima de mim. Até aí quase tudo bem. Então eles começaram apertar uma garrafa pet contendo contraste dentro de mim. Gente, na boa! A força que a gente tem que fazer pra não cagar tudo aquilo, é insana! A “cólica bostal” vinha forte, parecia que eu não ia aguentar. Daí o exame não era humilhante o suficiente para parar por aí, eles me pediram para segurar num ferrinho que tinha na minha frente, daí avisaram que me colocariam de ponta cabeça e começaram a virar a máquina. Gente! O negócio virou e eu quase morri! O contraste entrando e eu querendo colocar o intestino pra fora. Chorar é pouco para o que eu queria fazer naquela hora. A sala escura, a TV da Samara na minha frente e eu queria morrer de tanta vontade de cagar.
Detalhe: A moça pedia para eu segurar a vontade toda hora.
Pensou se eu não consigo me segurar?
Nem eu quero imaginar o bosteirol que ia acontecer.
Depois que me colocaram na posição normal, saíram da sala e me deixaram sozinha. Tipo: Fica aí com sua dor de barriga e pensa duas vezes toda vez que você quiser comer uma coxinha, ou qualquer salgado que você vê na sua frente.
Elas falaram que eu poderia usar o banheiro, mas na boa. A pressão que estava dentro de mim era tão grande que eu não queria usar um banheiro público. Acabou que depois de um tempo a galera voltou pra sala para me dispensar e eu fui pra casa. Nem conseguia andar direito, parecia que tinha feito uma cesariana sem anestesia. Na época eu tinha um Gol 2001 e pra ir embora o Binho passou em todas as lombadas como se tivesse na F1, o carro não tinha um amortecedor muito bom, então eu só pude colocar a situação nas mãos de Deus e orar pra não cagar no carro. Depois de mais ou menos 7 km chegamos em casa. Caguei por uns três dias. Ainda bem que eu estava de férias, porque fiquei uns três dias para eliminar todo o contraste.
Só posso dizer uma coisa com toda certeza dessa vida. Eu só faço esse exame novamente se eu tiver pra morrer. Não vou dizer nunca mais, porque é muito tempo, né! Mas posso dizer que se eu tiver lúcida suficiente eu negarei com toda minha força.

Obs: A Samara não apareceu, mas só a expectativa já foi suficiente para eu não dormir por vários dias subsequentes.

Ana Paula: Tenho 31 anos, sou casada com Fábio desde 2002, sou mãe do Benjamim que é um presente enviado dos céus, o balsamo que cura minhas feridas. Amo ler, assistir filmes e seriados, enfim isso é tudo!